Pesquisa revela que as pessoas estão insatisfeitas com os serviços de energia, e querem mudança
Ninguém quer abrir mão da liberdade, certo? Nem mesmo quando o assunto é energia elétrica: segundo uma pesquisa realizada em agosto pelo Ibope em parceria com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), nove em cada 10 brasileiros desejam hoje gerar a própria eletricidade que utilizam. E gostariam de fazer isso utilizando fontes renováveis, como sistemas solares fotovoltaicos e outras tecnologias.
Isso é uma indicação, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) http://www.absolar.org.br , de que o interesse da população por fontes limpas vem crescendo consideravelmente, principalmente em relação à solar. Em uma matéria publicada no site Climatempo.com.br, https://www.climatempo.com.br/ o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, disse que a energia solar tem se tornado cada vez mais referência dentre as opções “limpas” por três motivos: o preço dos equipamentos fotovoltaicos estão mais acessíveis; a consciência dos brasileiros em relação a temas sustentáveis aumentou; e, claro, a conta de luz vem assustando os consumidores ultimamente.
Foi justamente o que revelou também a pesquisa da Abraceel: 84% dos consumidores acham a tarifa de conta de luz muito cara, e por isso, o crescente interesse na fabricação da própria energia.
Se em 2014 eram 77% dos brasileiros querendo gerar a própria energia, hoje são 90%. Na verdade, motivos não faltam. Além de entender a importância da eletricidade limpa e querer fugir da altas tarifas, o brasileiro também está insatisfeito com o atendimento atual. Segundo constatou a mesma pesquisa da Abraceel, 15% dos brasileiros estão descontentes com suas prestadoras de energia elétrica.
Pagar mais por energia limpa?
Apesar de a consciência ser um fator relevante na escolha por produzir a própria energia, 57% dos entrevistados não estariam, no entanto, dispostos a pagar mais pela luz “apenas” para incentivar a produção de energia limpa. Nesse caso, há uma observação: constatou-se que o percentual é menor entre os jovens entre 16 e 24 anos. Portanto, mesmo assim é nítido aumento da preocupação ambiental por parte das novas gerações.
Outra coisa é certa: além de estar motivando a atenção pela causa ambiental, a energia limpa mostra também que a economia do país ainda tem a possibilidade de mirar seu crescimento em políticas sustentáveis. E todo mundo, meio ambiente e classe trabalhadora, sai ganhando –até julho deste ano, só o setor solar fotovoltaico havia gerado mais de 47 mil novos postos de trabalho.
O Mercado Livre de Energia
Hoje, o mercado livre supre 30% da energia que é consumida no Brasil. Está presente em 85% das indústrias e, só no último ano, o número de consumidores cresceu 23%. Segundo especialistas, esse número tende a aumentar. “O mundo pós-covid-19 vai cobrar mais eficiência do setor elétrico”, diz o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, que acredita que já seja a hora de uma reforma no setor elétrico.